Experiências no 1º Festival Internacional de Circo do Rio de Janeiro
De volta à Brasília, após uma temporada no Rio de Janeiro,
ainda que com certo atraso, quero compartilhar um pouco das nossas experiências
no 1º Festival Internacional de Circo do Rio de Janeiro.
Para Nós, também foram algumas iniciações: primeira vez que
apresentamos um espetáculo no Rio de Janeiro, primeira vez em uma lona de
circo, primeira vez com um espetáculo em um festival de circo (já tínhamos
participado com números), primeira vez em uma comunidade transformada pela
implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora, entre outras.
Nosso circo foi armado na Cidade de Deus (CDD) para duas
sessões do espetáculo ULTRAPASSA! Tivemos que fazer uma série de adaptações em
nossa iluminação, nos mastaréus e chão do circo, e na coreografia para caber no
picadeiro do Circo Volante, onde nos instalamos. Nossa equipe - produção,
direção, iluminação e cenotecnia – ralou para valer, inclusive varando noite
para oferecer o melhor possível para o público da CDD.
As apresentações no
Festival Internacional representaram o ápice de um processo que se iniciou e
2011, com o planejamento e a captação de recursos para o ULTRAPASSA – Circuito Educacional
2012. Em Março deste ano, começamos a remontagem do ULTRAPASSA! A meta: reciclagem
e reestruturação de cenas de forma orgânica e sustentável; e, aprimoramento das
interpretações, com foco na comicidade.
Assim, para dar início, tivemos a
oficina da Julieta Zarza, de Comicidade e Contato e Improvisação. Jogamos,
rimos, suamos a camisa e procuramos ir além, individual e coletivamente. De
posse do material criativo da oficina, reiniciamos os ensaios do ULTRAPASSA!,
repensando coreografias, roteiro, interpretações, marcas, etc, etc, etc. Ufa!
Além disso, adequações e reformulações de cenografia, figurino, maquiagem, luz
e trilha sonora.
A primeira novidade nesta etapa: Willian Lopes, o diretor do
espetáculo, propôs (e nós topamos) elevar os bambus horizontais da base do
cenário em cerca de 60 cm. Esta modificação, extremamente positiva, nos
desafiou a pesquisar novas formas de nos movimentar no até então familiar cenário,
conhecido desde 2010. E dá-lhe treino específico para saltar, subir, descer,
pendurar...
Foram três meses de ensaios até chegarmos ao Teatro Plínio Marcos, na Funarte Brasília. Testamos
a remontagem com 2.297 crianças e
adolescentes da Rede Pública de Ensino do DF e de projetos sociais, em duas
semanas de temporada.
Findo este período, voltamos para
nossa tenda de ensaios para mais três semanas de aprimoramentos até a viagem
para o Rio de Janeiro. Na Cidade maravilhosa de Deus, fomos recebidos de braços
abertos pela equipe do Festival e por crianças e adultos que lotaram os
quinhentos lugares da lona, nos dias 28 e 29 de Julho. Missão bem cumprida (e comprida)!
Do meu ponto de vista, acredito que
nos superamos, ultrapassamos os limites até então conquistados – físicos,
artísticos, interpessoais, de produção e geográficos. Sinto-me satisfeita de
termos sido capazes de unir forças e talentos para chegar até aqui. Alegre
pelas novas amizades e pelos aprendizados. Gratidão a todos!
Fotos, de cima para baixo:
Montagem de som e luz;
Elenco no camarim antes de entrar em cena;
Público entrando no circo;
Aquecendo no cenário;
Depois do espetáculo, elenco com Liane Mühlenberg, nossa super produtora, e Junior Perim, diretor do Festival (foto de Maurício Seidl);
Leandro Firmino da Hora, o
Dadinho, digo, Zé Pequeno do filme Cidade de Deus, ao lado do nosso diretor
Willian Lopes.
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